31 de jul. de 2011

LUGARES DE REFÚGIO

Um homem se converteu depois de viver durante muitos anos uma vida totalmente desregrada. Mas ao vir para a Igreja ele não encontrou amor, amizade, companheirismo, etc., e depois de algum tempo voltou a viver como antes. Interrogado sobre o assunto, ele disse: “... sentia muita falta do velho companheirismo com os caras do grupo, no barzinho da esquina. A gente ficava lá sentado, ria, contava casos, bebia umas cervejas e relaxava ... era maravilhoso! Na igreja não encontrei ninguém a quem pudesse contar meus problemas, para falar dos meus erros. Não encontrei ninguém na igreja que se dispusesse a passar o braço pelo ombro da gente e dizer que está tudo bem. Eu me senti muito sozinho dentro da igreja”.
A nossa igreja precisa deixar de ser um santuário admirado somente pela sua arquitetura e ser mais como um hospital bem procurado, um lugar onde as pessoas possam trazer seus sofrimentos e angústias, um lugar onde as feridas da nossa vida possam ser curadas.
Será que aquele homem estava dizendo uma mentira? Pense comigo e responda para você mesmo: A quem você procura nos momentos de desespero? A quem recorremos quando nos envolvemos em algum problema mais grave? Quem nos ama o suficiente para ouvir nosso pranto? Quem nos conforta quando nos sentimos esfacelados? Quem é que sabe ficar de boca fechada e coração aberto? Quem é que nos abraça com uma atitude de compreensão, e espera com paciência até que nos sintamos melhor, sem ficar citando versos bíblicos, quando o que mais merecemos é um puxão de orelhas? Quem age assim sem nos dar logo um livro do Pr. Bullón ou um DVD dos seus sermões para lermos ou ouvirmos?  Quem é que nos ouve sem contar nossos problemas para uma porção de irmãos, para que eles possam orar também?
Nossa igreja precisa ser como um abrigo para as vítimas de uma enchente, onde as pessoas possam encontrar aconchego, amizade e amor.
Alguém disse certa vez que “os bares estão cheios, não é porque as pessoas em sua maioria sejam alcoólatras mas, sim, porque Deus colocou no coração do homem o desejo de conhecer e ser conhecido, de amar e ser amado. E muitos vão atrás de uma falsa realização assim, porque sabem que precisam apenas gastar algum dinheiro com um pouco de bebida!”. Nossas igrejas não estão sendo um abrigo para as pessoas que se sentem desamparadas.
O que você precisa quando uma desgraça deste tamanho afeta você ou sua família? Você precisa de um abrigo. De pessoas que saibam ouví-lo, ajudá-lo e conduzí-lo mais uma vez ao Pai de misericórdia e Deus de toda consolação! Pois afinal é Deus que nos conforta em toda a nossa tribulação.
Dizem que o cristianismo é um exército poderoso, mas a grande verdade é que muitas vezes tratamos nossas tropas de maneira muito estranha, pois somos o único exército que conheço que fuzila os seus feridos. Em suma, aquele homem que abandonou a igreja estava cheio desse negócio de ser fuzilado.
O Salmo 31 é um daqueles hinos antigos com letra muito atual. Davi o escreveu num momento em que não tinha em quem se apoiar. Estava com problemas sérios. Precisava de um abrigo. E como não havia ninguém mais a quem recorrer, olhou para o alto.

Em ti, Senhor, confio; nunca me deixes confundido. Livra-me pela tua justiça. Inclina para mim os teus ouvidos, livra-me depressa; sê a minha firme rocha, uma casa fortíssima que me salve”. Salmo 31:1 e 2.

Ele precisava de um lugar seguro, lugar de proteção, um esconderijo. Mas por que Davi precisava de um refúgio? Pelas mesmas razões que hoje nós também precisamos. No Salmo 31 ele menciona várias razões, entre elas a sua tribulação, o seu pecado e seus adversários. Quando estamos atribulados, a tristeza está sempre ao nosso lado.

Tem misericórdia de mim, ó SENHOR, porque estou angustiado. Consumidos estão de tristeza os meus olhos, a minha alma e o meu ventre. Porque a minha vida está gasta de tristeza, e os meus anos de suspiros; a minha força descai por causa da minha iniqüidade, e os meus ossos se consomem”. Salmo 31:9 e 10.

Ele diz que seus olhos se consomem pelo choro. Sua vida está sendo consumida pela tristeza. Tudo sombrio. Os dias se arrastavam penosamente e não havia esperança de que o amanhã fosse melhor. As pessoas costumam dizer que são os dias cinzentos da nossa vida.
Lendo o verso 10, descobrimos que quando estamos em pecado, somos atormentados pelo sentimento de culpa, vergonha, constrangimento. Davi confessa que está doente por causa dos seus pecados. Se já é ruim se sentir assim tão mal, imaginem a pessoa reconhecer que grande parte é culpa sua, que tinha feito a cama e agora teria que deitar-se nela? E qual de nós nunca se viu numa situação assim?
Mas além da tribulação e do sentimento de culpa, Davi menciona uma terceira razão para buscarmos um refúgio: seus adversários.

Fui opróbrio entre todos os meus inimigos, até entre os meus vizinhos, e horror para os meus conhecidos; os que me viam na rua fugiam de mim. Estou esquecido no coração deles, como um morto; sou como um vaso quebrado. Pois ouvi a murmuração de muitos, temor havia ao redor; enquanto juntamente consultavam contra mim, intentaram tirar-me a vida”. Salmo 31:11 a 13.

Observem como são tratados aqueles que estão sofrendo:
- “Tornei-me espanto para os meus vizinhos” = ridicularizado.
- “Horror para os meus conhecidos” = criticado.
- “Os que me vêem na rua fogem de mim... esquecido como um vaso quebrado” = rejeitado.
- “Tenho ouvido a murmuração de muitos” = mexericos.
- “Tramam tirar-me a vida” = ameaças.
E ainda temos coragem de reclamar da vida. Davi estava como um pequeno rato ferido, preso nas garras de um imenso gato faminto. Chutado, socado, agredido verbalmente, apavorado de medo, com sua vida por um fio. Talvez você também se sinta na mesma situação. Se já é ruim lutar com a tristeza e viver com o sentimento de culpa, pior ainda é receber a condenação dos outros, das línguas ferinas e dos olhares acusadores. Ou pior ainda, o silêncio: um telefonema amigo que não vem, os abraços de conforto que não recebemos, como fazem falta! Como precisamos de pessoas amigas e de lugares de refúgio!
Quando o povo de Israel tomou posse da terra prometida e a terra foi dividida entre as tribos, Deus não ignorou as pessoas necessitadas. Ele instruiu a liderança do Seu povo para estabelecer cidades de refúgio, que eram locais para onde iam as pessoas que matavam alguém involuntariamente. No sistema estabelecido por Deus, todo cuidado era tomado para que o homicida pudesse chegar com segurança à cidade de refúgio, onde ele estaria livre daqueles que assumiam a tarefa de vingar a morte de um ente querido. Em Josué 20 e Números 35 encontramos tudo isso em detalhes.
As cidades designadas para servirem de refúgio eram: Quedes, Siquém, Quiriate-Arba, Bezer, Ramote e Golã. Talvez você nunca ouviu falar desses lugares. Mas todos já ouviram falar das nossas cidades, principalmente as maiores. Será que elas são lugares de refúgio para nós? Será que ( ________ ) é um local onde as pessoas se preocupam com os sofredores; que se interessam por eles o suficiente para ouví-los, para ajudá-los a sobreviver, para promover sua completa restauração? Será esta nossa cidade uma cidade de refúgio? Provavelmente não! Infelizmente a verdade é que hoje não existem mais cidades que sejam apontadas como cidades de refúgio. Nem grandes nem pequenas. Mas dentro das nossas cidades há locais muito importantes que deveriam ser verdadeiros portos de esperança. Nossa igreja é um desses lugares.
Não estou me referindo ao templo. Estou falando de pessoas. Pessoas verdadeiramente cristãs, que saibam amar como Jesus amou.
Poderíamos chamar hoje a nossa igreja de abrigo para as vítimas de uma enchente? Hospital para os que sofrem? Clínica especializada em corações aflitos, sonhos desfeitos e almas destroçadas?
O que é necessário para que isso ocorra?Conhecemos o amor nisto: que ele deu a sua vida por nós, e nós devemos dar a vida pelos irmãos. Quem, pois, tiver bens do mundo, e, vendo o seu irmão necessitado, lhe cerrar as suas entranhas, como estará nele o amor de Deus? Meus filhinhos, não amemos de palavra, nem de língua, mas por obra e em verdade”. I João 3:16 a 18.
Se quisermos levar a sério estas palavras, temos que aceitar o que está implícito nelas: (1) a disposição de ter trabalho com uma pessoa em dificuldade, (2) uma atitude de terna compaixão para com os necessitados, e (3) estar pronto a ajudar os outros da maneira mais prática possível.
Já chega de as pessoas necessitadas de um local de refúgio procurarem abrigo no barzinho da esquina mais próxima! Está na hora de fazermos com que a Igreja de Jesus Cristo – a família de Deus – se transforme num lugar de refúgio para os aflitos e desesperados. Está na hora de erguermos bem alto a lâmpada do perdão, a tocha da graça divina que um dia foi estendida aos pecadores.
Finalizo com um poema que está gravado numa placa de bronze, na base da Estátua da Liberdade, nos EUA:

“Diferente do gigante grego de bronze
que com pernas separadas, liga uma ponta de terra a outra,
aqui, em nossos portões banhados de mar, está
uma grandiosa mulher, segurando uma tocha, cuja chama
é como um raio de esperança, e seu nome
Mãe dos exilados. Em sua mão, que é um farol,
brilha um acolhimento universal; seus olhos mansos dominam
toda a baía que emoldura a cidade.
Mantenham, terras antigas, seu eterno esplendor.
Entreguem-me os cansados, os pobres,
as multidões sem rumo, desejosas de respirar livremente,
os infelizes refugos de suas cidades superlotadas.
Mandem para mim os desterrados, os vitimados pela tormenta.
Com minha lâmpada, ilumino os portões dourados”. Emma Lazarus.

Será que esta inscrição poderia ser colocada na fachada da nossa Igreja?
Será que poderia ser colocada na fachada da nossa casa?
Será que este poema poderia ser colocado na fachada do nosso coração?

20 de jun. de 2011

5:17



   "5:17" é o tema da Semana de Oração Jovem que realizarei na IASD do Aeroporto, em Guarapari/ES, nos dia 09 a 16 de Julho. As mensagens durante a semana são baseadas em textos "5:17" de alguns livros da Bíblia, além de "5:17" ser uma alusão ao culto do poder que realizaremos todas as manhãs na Igreja, também. Vai ser muito especial! Deus agirá poderosamente, e você é convidado a participar conosco. Até mais!!!

6 de jun. de 2011

DISCÍPULOS MODERNOS, A VIGÍLIA



  
   2011 é o ano em que estamos buscando mais do que nunca uma experiência espiritual marcante e duradoura com Deus, Jesus Cristo e o Espírito Santo. Temos trabalhado de forma intensa na preparação, pregação e compartilhamento de materiais que tratem sobre o reavivamento espiritual, a reforma espiritual e o discipulado. Estamos investindo tempo nisso!
   Junho será um mês de celebração. Teremos em nosso distrito uma vigília cujo o título é "DISCÍPULOS MODERNOS, A VIGÍLIA". Queremos com isso reforçar todos os conceitos até agora compartilhados e vividos, além de impactar o coração de todos os que estarão presentes. Várias surpresas e desafios estão sendo preparados para essa vigília e no seu encerramento teremos uma linda e especial Santa Ceia. Para você que deseja participar, atente para duas coisas: primeira, prepare o seu coração para receber a bênção plena de Deus. Segundo, é impossível estar sozinho!

Dia          11 de Junho
Horário    18:00 - 01:00
Local       IASD de Formosinha
              Av. Maestro João Luiz do Espírito Santo, s/n
              Bairro Formosinha  -  Formosa/GO

Convidados especiais      Pollyanna Sampaio || Luiz Cláudio ||
                                  Grupo Reencontro || Mãos e Tons ||
                                  Evandro Fagundes || Pr. Fábio Carnieto
                                  Pr. Giulian Vasques || Ministério de Louvor


                                  

30 de mai. de 2011

PREPARAI-VOS, PREPARAI-VOS



Prepara-te, ó Israel, para te encontrares com o teu Deus. Amós 4:12

     "Suponhamos que hoje Cristo aparecesse nas nuvens do céu. Quem estaria preparado para encontrar-se com Ele? Suponhamos que fôssemos trasladados para o reino celestial assim como estamos. Estaríamos preparados para unir-nos com os santos de Deus, para viver em harmonia com a família real, os filhos do Rei celestial? Que preparação tendes feito para o juízo? Tendes feito paz com Deus? Estais cooperando com Deus? Procurais ajudar os que se acham ao vosso redor, em vosso lar, em vossa vizinhança, aqueles com os quais vos pondes em contato e que não observam os mandamentos de Deus? Preparamo-nos para nos encontrarmos com o Rei?
     Se nos fosse possível ser admitidos no Céu assim como somos, quantos de nós seríamos capazes de olhar para Deus? Quantos de nós trazemos a veste nupcial? Quantos de nós estamos sem mácula ou ruga, ou coisa semelhante? Quantos de nós somos dignos de receber a coroa da vida? ... A posição não faz o homem. É Cristo formado no interior que torna o homem digno de receber a coroa da vida, que não se desvanece.
     Foi-me indicado o remanescente na Terra. Disse-lhes o anjo: Quereis escapar às sete últimas pragas? Então tereis de morrer para que possais viver. Preparai-vos, preparai-vos, preparai-vos. Precisais ter maior preparo do que até agora. Sacrificai tudo a Deus. Deponde tudo sobre o Seu altar - o eu, a propriedade e tudo o mais - como um sacrifício vivo. Tudo é pedido para entrar na glória.
     Cristo vem com poder e grande glória. Vem com Sua própria glória e com a glória do Pai. Vem com todos os santos anjos. Ao passo que os ímpios fugirão de Sua presença, os seguidores de Cristo rejubilarão. Dos fiéis seguidores, Cristo tem sido companheiro diário, amigo familiar. Viveram em contato íntimo, em comunhão constante com Deus. A glória de Deus resplandeceu sobre eles. Agora se regozijam nos raios não ofuscados do resplendor e glória do Rei, em Sua majestade. Estão preparados para a comunhão do Céu; pois têm o Céu no coração".
Ellen G. White, Maranata, o Senhor Vem (MM 1977), p. 96

O LADO BRILHANTE



     "Tenho palavras de estímulo para ti. Jesus te ama. Ele deu Sua preciosa vida para que não perecesses, mas tivesses a vida eterna. Ergue, portanto, os olhos para Ele. Olha para o lado brilhante. Não te será benéfico olhar para o lado escuro. Sê paciente, venha o que vier. Podes obter forças de Jesus, pois nEle habita toda a plenitude. Quando o desespero quer apoderar-se de tua alma, continua a olhar para Jesus. Lança sobre. Ele tua alma desamparada. Ele vive sempre para interceder por ti. És precioso à Sua vista. Aquele que olha com interesse para a pequena andorinha, olha com amor e piedade para Seus filhos provados e aflitos.
     É para nossa felicidade atual e nosso bem-estar futuro que Deus nos submete à disciplina. A maior bênção que Seus filhos recebem é a disciplina que Ele lhes envia. Nunca os dirige de maneira diversa daquela pela qual eles haviam de preferir ser guiados, se pudessem ver o fim desde o princípio, e perscrutar a glória do desígnio que estão realizando como colaboradores Seus.
     O Artífice divino gasta pouco tempo com material sem valor. Só as gemas preciosas são por Ele polidas à semelhança de um palácio, eliminando-lhes as toscas arestas. O processo é severo e penoso; Cristo corta a superfície excedente, e, encostando a gema ao esmeril, aperta-a com força, a fim de que seja desbastada toda aspereza. Então, segurando a gema contra a luz, o Artífice nela contempla um reflexo de Si mesmo, e declara que ela é digna de ocupar um lugar em Seu escrínio.
     Meu prezado irmão, olha sempre para Jesus e introduz o Céu em tua vida neste mundo. O caminho para o Céu é apertado, e estreita a porta, mas todos os que quiserem poderão passar pela porta e andar no caminho estreito. Para afinal alcançarmos o Céu, nosso Céu precisa começar cá em baixo. Quanto mais do Céu introduzirmos na vida aqui, tanto maior será nossa felicidade no lar celestial.
     Demora o pensamento na bondade de Deus, no grande amor com que Ele te tem amado. Caso não te amasse, não teria dado a Jesus para morrer por ti. Seus braços eternos estão por baixo de ti. Ele é afligido por todas as tuas aflições. "Forte é o poder que Deus provê mediante Seu Filho eterno".
Ellen G.White, Este Dia com Deus (MM 1980), p. 120

15 de mai. de 2011

DIA DE ALEGRIA

"Enquanto céus e terra durarem, continuará o Sábado como sinal do poder do Criador. E quando o Éden florescer novamente na Terra, o santo e divino dia de repouso será honrado por todos debaixo do sol".
Ellen G. White, O Desejado de Todas as Nações, p. 206


11 de mai. de 2011

QUERIA ENTENDER

   Aproveite através deste clipe o que está sendo preparado no novo CD de Pollyanna Sampaio. O lançamento será em breve!



TEMPO PARA VIVER

   Uma das apostas diárias do aperfeiçoamento tecnológico é a otimização dos trabalhos para que se tenha mais tempo. Por exemplo, através do e-mail uma carta que seria lida dentro de semanas pode ser lida em apenas alguns segundos. Num simples pen drive bibliotecas inteiras podem ser armazenadas. Há quem diga que a tecnologia, em todas as suas formas, veio para minimizar a distância. Se soubermos aproveitá-la poderemos ganhar muito tempo, contudo, nessa tentativa um prejuízo tem sido visível e devastador na vida de muitas pessoas: a impessoalidade.
   Muitos acham que estão conectados com o futuro, mas não percebem que se tornaram viciados em tecnologia. Conheço famílias que possuem 4 computadores em casa. Até aqui nenhum problema aparente. O agravante é que a sua convivência se dá através de salas de bate-papo e e-mail muitas vezes. Outras permitem que a televisão ou o rádio sejam os moderadores familiares quando todos estão reunidos. Mais e mais, a falta de maturidade no uso da tecnologia disponível tem moldado a vida de crianças, jovens e adultos a tornarem-se doentes mentais negligenciando o sono e a alimentação, além de perderem completamente a noção do tempo. Na busca de descobrir mais tempo disponível a humanidade tem encontrado menos tempo para viver.
   Viver implica em relacionar-se, em conhecer o outro e isso requer investimento de tempo. Partindo desta premissa muitos têm apenas existido. Se perguntarmos a uma criança de 5 anos o que é um "MP10" prontamente ela responderá: "É um aparelho cujo diferencial dos demais é o GPS integrado, além de fazer ligações com a possibilidade do uso de dois chips de operadoras diferentes, ouvir rádios e músicas, assistir vídeos e TV digital, navegar pela internet e possuir a tela sensível ao toque, entre outras coisas mais". Conhecemos quase tudo daquilo que é trivial à existência e os seus mínimos detalhes, mas quase nada conhecemos dAquele que é essencial à vida presente e futura. Todos corremos o risco de transferir para a vida espiritual a impessoalidade que adquirimos cada dia em nossa vida pessoal. Talvez, muitas pessoas lembrem-se de uma máquina de datilografar ou de um mimeógrafo, mas não lembram-se de Deus porque nunca O conheceram. Muito tempo é disponibilizado na luta e corrida por coisas terrenas, temporais, mas quase nenhum tempo é investido em Deus, na comunhão com Ele, na arte de conhecê-lo e no prazer de desfrutar Suas bênçãos. Corre-se o risco de envelhecer cada vez mais sem conhecer e conviver com o Criador.
   "É intuito do Pai celestial preservar entre os homens, mediante a observância do Sábado, o conhecimento de Si mesmo. Seu desejo é que o Sábado nos aponte a Ele como o único Deus verdadeiro, e pelo conhecimento dEle possamos ter vida e paz" (Ellen White, Testemunhos Seletos, vol. 3,p. 16).
   O Sábado é uma oportunidade que Deus nos dá de conhecê-Lo melhor, de entronizá-Lo em nosso coração como o único e soberano Deus. Oportunidade semanal de desfrutarmos de uma vida abençoada e regada de paz. Simplesmente o que precisamos é de pessoalidade com o nosso Deus, de relacionamento e tempo.
   Ao olhar a vida do rei Salomão, tudo o que fez e quais foram suas prioridades, entendemos também que segundo Eclesiastes 3:2-8 deve haver tempo equilibrado para todas as coisas: tempo para a vida particular, tempo para o lazer, tempo para o próximo, tempo para o tempo. O Espírito Santo deseja que entendamos que o ensino de Salomão é para o povo de Deus em todas as épocas e lugares. O Seu ensino é para você e eu.
   Precisamos do tempo para viver, necessitamos do Sábado. Precisamos de descanso, necessitamos da paz celeste. Precisamos das horas do Dia Santo, necessitamos das bênçãos divinas. Precisamos de vida plena, necessitamos de Deus.
   Especialmente hoje, viva! Viva em Deus! Invista o seu tempo para viver! Vida plena, vida abundante!

30 de abr. de 2011

ESPIRITUALIDADE BÍBLICA

   Salmos é o livro mais longo da Bíblia. Ele contém mais capítulos que qualquer outro livro da Bíblia, como também os capítulos mais longos e mais curtos da Bíblia.
   O Novo Testamento cita o livro de Salmos mais que qualquer outro livro. Sem dúvida, é o livro mais popular do Antigo Testamento, se não de toda a Bíblia. Abraham Lincoln confidenciou a um amigo a respeito de Salmos: "Eles são ótimos. Encontro alguma coisa neles para cada dia do ano". Martinho Lutero chamou-os de "a Bíblia em miniatura". Um dos Salmos mais lindos e lidos é o Salmo 23.
   O livro dos Salmos é um dos cinco livros do Antigo Testamento que chamamos de "livros de sabedoria". Os outros são Jó, Provérbios, Eclesiastes e Cantares. Nestes livros não há grandes eventos como nos livros históricos e proféticos. Não há leis como no Pentateuco. Esses livros não são sobre a nação de Israel como um todo; antes, são sobre indivíduos e os altos e baixos da experiência pessoal de cada um deles.
   Muitas vezes, os livros poéticos são a parte do Antigo Testamento que os cristãos preferem, e isso não é de surpreender. De muitas maneiras esses livros são mais fáceis de entender. Aprendemos mais depressa e somos mais atraídos pela experiência individual de tristeza e de alegria que pela descrição de um sacrifício ou pelo relato de uma batalha antiga. Esses livros estão cheios de poesia bonita.
   Os Salmos não são agrupados por tema. Não encontramos todos os salmos de alegria ou de dor reunidos em seções distintas. Eles não são apresentados em qualquer ordem cronológica. O livro não se inicia com o salmo mais antigo e termina com o mais recente.
   O livro dos Salmos divide-se em 5, e a maioria das traduções destaca esses grupamentos.
- Livro Primeiro: Salmo 1 – 41
- Segundo Livro: Salmo 42 – 72
- Terceiro Livro: Salmo 73 – 89
- Quarto Livro: Salmo 90 – 106
- Quinto Livro: Salmo 107 – 150
   Cada um desses cinco livros termina com uma doxologia, ou seja, um chamado a louvar o grande Deus descrito nos Salmos precedentes. Diante de uma leitura criteriosa, podemos ver que o livro dos Salmos, como um todo, atinge a grande culminância na "grande doxologia" que são os últimos 5 salmos, apresentando um elevado louvor a Deus.
   Há séculos, até milênios, as pessoas encontram no livro dos Salmos alguns dos exemplos mais claros do que significa ser uma pessoa espiritual. Já parou para imaginar como eram os crentes do Antigo Testamento? Como comparar a experiência deles com a nossa? Que distinção havia na fé deles? O livro de Salmos apresenta o retrato de uma vida espiritual verdadeira.
   Atualmente, a espiritualidade é bem popular. Em nossa cultura a falsidade e a superficialidade não são os tributos pessoais mais apreciados, e diante disso existe uma busca incessante de cada indivíduo ser espiritual.
   De um modo vago, ser espiritual soa como uma boa coisa para nós. Talvez isso traga mais peso, mais sobriedade e transmita um tipo de seriedade aos indivíduos. Muitas pessoas almejam esse respeito para o seu caráter, para seus interesses e para quem são. No entanto, é irônico que esse mesmo anseio sirva de testemunho para a falsidade e a superficialidade de muitas vidas. Como sabemos se estamos bem espiritualmente?
   No livro dos Salmos encontramos uma lista de 7 características de pessoas biblicamente espirituais. Começamos a entender a verdadeira espiritualidade apenas quando nos voltamos para o que a Bíblia ensina sobre a nossa condição de caídos e a obra de Cristo em nossa restauração em relação a Deus.

1. DAR LOUVORES
   Primeiro, a verdadeira vida espiritual caracteriza-se pelo louvor. O aroma básico dos Salmos, como também o tema básico que Deus pretendeu passar a toda a criação é o louvor. No original hebraico, o livro dos Salmos recebe o título de "Canções de Louvor", e isso é visível.
   No Salmo 145 o salmista louva a Deus como o Criador e o Governante de seu mundo e como redentor do seu povo. Louva o Senhor pelo que tem feito (proezas). Contudo, os Salmos não louvam a Deus apenas pelo que tem feito; eles O louvam também pelo o que Ele é. Os Salmos 148 e 149 revelam a alegria do salmista com o que Deus tem feito e com o fato de que essas coisas revelam que Ele é Deus.
   Para qualquer espiritualidade bíblica, é fundamental a alegria real em Deus e em quem Ele revelou ser. A espiritualidade bíblica nunca se centra no homem ou na ajuda que Deus pode nos dar para alcançarmos nossos objetivos. A espiritualidade bíblica sempre se concentra em Deus.
A espiritualidade perdida em si mesma e sem louvor é falsa. Afinal, conhecer o Deus da Bíblia é aprender a louvá-lo e a amá-lo. Falhamos em louvá-lo e em amá-lo ao ficarmos surdos em relação a Sua Palavra e cegos para o seu Esplendor. De acordo com Salmos, a pessoa verdadeiramente espiritual conhece a alegria do louvor.

2. HONESTIDADE
   A pessoa verdadeiramente espiritual não vê o mundo através de lentes otimistas. A honestidade é a segunda característica da verdadeira espiritualidade. Vemos essa honestidade, em especial, no que chamamos de salmos de lamento.
   Os Salmos de lamento são cheios de dor, desorientação, sofrimento, mágoa, raiva e sentimentos de abandono, tanto da comunidade como do indivíduo. Às vezes, esses salmos apresentam até as mais horripilantes pregas e as injúrias mais mordazes já proferidas na Bíblia. Dos 150 Salmos, cerca de 62 são de queixa ou lamento.
   O Salmo 74 inicia-se com um bom exemplo de lamento coletivo. Os versos 1 e 2 mostram que esse salmo levanta seu clamor em favor de "nós". Todavia, os Salmos apontam ainda mais para a dor pessoal, por exemplo o Salmo 10:1-2.
   Os cristãos devem expressar com honestidade o sofrimento e a mágoa em sua vida coletiva e individual. Às vezes achamos que é mais espiritual não sentir dor, e se a sentimos, não admitir isso nos torna mais espirituais.
   De acordo com os Salmos, a pessoa verdadeiramente espiritual conhece o sofrimento, as dificuldades, as angústias e até algo próximo do desespero. Uma das principais razões para o livros dos Salmos ser tão útil e amado é o fato de ser tão enfático e realista, não apenas nos apogeus de alegrias, mas também nas profundezas da angústia.
   Quando olhamos o Novo Testamento, o mesmo Jesus que adorou a Deus com 12 anos de idade no Templo, aos 33 clama "Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?".
De acordo com os Salmos, a pessoa verdadeiramente espiritual conhece a alegria real de louvar a Deus e a agonia real de clamar por Ele.

3. LEMBRANÇA
   Os livros Poéticos dizem respeito às experiências individuais com Deus. Todavia, o Antigo Testamento é contextual e por isso, muitos salmos refletem uma preocupação com Israel como um todo. Sendo assim, compreendemos melhor os salmos de natureza mais corporativa se soubermos alguma coisa da história de Israel. A terceira característica da espiritualidade bíblica é a lembrança.
   Parece que esses Salmos, hoje, estão mais distantes de nós como indivíduos. Pode parecer que eles não têm ligação conosco nem relação com a nossa vida, afinal, estão preocupados com o acordo especial, ou aliança, que existia entre Deus e esse povo antigo que Ele separara para Si mesmo.
   Às vezes, a natureza histórica e corporativa desses Salmos são sutis. Veja o Salmo 47. Em outros Salmos o foco principal está na obra de Deus na nação. O Salmo 136 reconta a história específica da nação de Israel nas frases intermediárias.
   Esses Salmos podem parecer um pouco distante de nós se não conhecermos a história. À medida que aprendemos a história por trás do Salmo começamos a entender a importância da salvação do Senhor e a alegria que Ele trouxe a todos. Nós precisamos ser um povo que "tenha memória". As promessas de Deus trazem-nos esperança de bondade futura, em especial, quando nutridas com a lembrança da bondade passada.

4. MORALIDADE
   O livro dos Salmos inicia-se com a escolha moral posta diante de todo ser humano: a escolha entre a justiça e a maldade. Na verdade, a espiritualidade bíblica repousa sobre a moralidade certa. Esta é a quarta característica.
   O Salmo 1 descreve o homem espiritual que se delicia na Lei de Deus e na sabedoria e na sua justiça, comparando-o ao insensato e injusto que ignora a Lei do Senhor. Deus traz sua lei ao nosso conhecimento e mostra-nos o caminho da verdade e da justiça. O salmista regozija-se no conhecimento da Lei de Deus porque percebe que isso é o conhecimento da vontade e do Seu caráter.
   Esse conhecimento da verdade, da justiça e da sabedoria instrui as escolhas que fazemos como cristãos. Se a sabedoria de Deus não orienta nossas escolhas, se sentimos que podemos nos orientar por nós mesmos, então somos desmemoriados e errados.
Qualquer um que se apresente como uma pessoa espiritual ou boa e, todavia, viva em contradição com a Palavra revelada do Senhor, engana-se a si mesmo e aos outros.
   A pessoa verdadeiramente espiritual tem de prestar atenção às palavras do Senhor, pelo poder de Deus e para os propósitos dEle. Em suma, para a espiritualidade verdadeira acontecer de haver moralidade.

5. MUDANÇA
   A quinta característica bíblica da espiritualidade é a mudança. Ouvimos o salmista rogar por mudança, em especial nos salmos de penitência. Quando pensamos em Jó e suas dificuldades entendemos que a dificuldade circunstancial de sua vida era, pra si, misteriosa e além da sua compreensão. Os salmos de penitência mostram o rogo por mudança por causa dos próprios erros, e estes contribuindo para um afastamento de Deus e dos outros. Quando cientes de nosso erro, precisamos nos arrepender.
   Há sete salmos de penitência ou de mudança (6, 32, 38, 51, 102, 130 e 143) e são ótimos para lermos e usarmos em nossa vida e afim de ser auxílio no processo de arrependimento e mudança. Agostinho, teólogo da Igreja primitiva, tinha como salmo preferido o de número 32, pois este ajudou-o a saber como chegar a Deus e pedir as mudanças que precisava em sua vida.
   A salvação está disponível para nós apenas porque Cristo tomou sobre si as maldições descritas nos salmos penitenciais. Para uma verdadeira espiritualidade, é necessário mudança diária.

6. CONFIANÇA
   A confiança, a sexta característica da espiritualidade bíblica, deve acompanhar o arrependimento. Veja o Salmo 62. O salmista chama-nos a deixar de lado tudo em que colocamos nossa confiança e a confiar apenas em Deus. Nada mais nos sustenta! A vida cristã exige que desistamos profundamente de nós mesmos e confiemos em Deus e em Sua Palavra. A verdadeira vida espiritual é marcada pela dependência naquEle que é maior. E isso não é opcional para uma espiritualidade verdadeiramente bíblica.

7. AÇÃO DE GRAÇA
   Por fim, uma das características mais importantes da espiritualidade bíblica é a ação de graças. Os salmos de ação de graças são cerca de 19 em todo o livro. O Salmo 124 é um exemplo de ação de graças coletiva. Damos graças, especificamente, por alguma coisa que esse Deus louvável nos deu. A pessoa verdadeiramente espiritual sente uma profunda gratidão por Deus.

Enfim, Jesus nos preenche com perfeição todas essas características. Olhemos para Ele, espelhemos Jesus!!!

4 de fev. de 2011

REAVIVAMENTO E REFORMA

     No dia 15 de Dezembro de 2010 participei da última Mesa Diretiva da APLAC. Nesta ocasião o Pr. Jairo Torres, nosso presidente, dirigiu os momentos devocionais só que com uma proposta diferente: mais tempo para a oração e o estudo da Bíblia independentemente do tamanho da agenda que teríamos para aquele dia. Ele fundamentou sua proposta diante de um documento que havia sido elaborado pela Associação Geral e que estava sendo apresentado em cada reunião administrativa da Igreja Adventista no mundo, não importando o nível em que estivesse.
     Pois bem, dedicamos tempo à leitura, estudo e reflexão das 4 páginas daquele documento. Sua redação é uma declaração consciente de que uma mudança radical em nossa vida precisa acontecer, e isso diz respeito às nossas prioridades. Ainda, é uma confissão sincera de uma dependência que precisa haver a partir de cada ser humano, pastores e não-pastores, na direção de Deus na busca pelo batismo diário do Espírito Santo.
     O tempo passou e nem percebemos; em dado momento houve o sentimento de que permaneceríamos ali até tarde da noite, mas estavamos em paz, tínhamos dado prioridade a Deus e à Sua direção e a reunião com uma agenda tão extensa durou menos que outras que tinham apenas dois ou três itens. Como em poucas vezes na vida, percebi uma atmosfera diferente numa reunião. Enquanto buscávamos a Deus mais e mais, o Seu Espírito agia em nós, e sentir isso foi algo maravilhoso.
     Esse documento tem sido lido e estudado em vários cultos de nossas Igrejas. Particularmente, tenho feito cópias e distribuído a cada irmão do meu novo distrito e juntos estamos estudando sem pressa, internalizando a visão que nos é passada. Sua proposta é uma mudança radical, pois pregamos "A Grande Comissão" de São Mateus 28 e a segunda vinda de Cristo, mas não temos nos preparado como devíamos para a sua execução e experiência.
     Ontem à tarde cheguei de um concílio que temos anualmente. O referido documento foi ali estudado, muitas reflexões feitas, decisões maravilhosas foram tomadas. Eu briguei comigo mesmo para acordar mais cedo e ir participar dos cultos às margens do Lago Paranoá. Foi maravilhoso, fiquei encantado! Tenho que tomar uma decisão e tomei: dormir mais cedo todos os dias para ter um encontro saudável com o meu Deus a cada manhã. Preciso investir mais tempo na minha comunhão e tomei a decisão de fazê-lo.
     Nesta noite que passou, minha esposa e eu descobrimos que nossa cama estava com algum problema. Pegamos o colchão, colocamos na sala e ali dormimos. Por volta das 5 da manhã eu acordei. Assustado, lembrei de uma oração que fiz num momento a sós com Deus nesses últimos dias. Pedi a Ele que me acordasse sempre que o cansaço não me permitisse fazê-lo naturalmente e mesmo que eu desligasse o celular para não tocar o despertador. Deus me acordou nessa manhã. Os vizinhos não estavam fazendo barulho, não havia algazarra na rua, os carros estavam estacionados, o silêncio de Brasília estava sendo quebrado por alguns passarinhos que estavam despertando, era o momento ideal para ouvir a voz de Deus, para suplicar poder, para sentir a transformação provocada pelo Espírito Santo.
     Para que haja reavivamento e reforma precisamos apenas DECIDIR. Eu decidi! E você? Sugiro que leia com muita calma este documento. Certamente você o encontrará em vários sites. De qualquer forma, segue abaixo o link para que você possa baixá-lo.

Desejo a você e a todos os seus queridos um Feliz Sábado!
Tá amarrado!!!